- Aí tem...
Enquanto Guilherme pensava em quanto responder, a Sra. Paloma interveio:
- Para começar, tem que ser pelo menos um milhão.
- Um milhão...? - com o susto, Mariana nem pôde conter as lágrimas.
Ela se voltou para a anciã e nada disse; apenas acenou com a cabeça em um sorriso de desculpas:
- A Sra. Paloma tem razão, ela disse a coisa certa.
Ainda assim, Guilherme mandou uma mentira:
- Sim, concordo. Aí deve ter setenta mil mesmo. Esse dinheiro é uma maneira de compensar a nossa filha.
Essa era a face que ele mostrava; por dentro, desejava estrangular Estefânia lentamente até a morte.
- Então... - a moça se levantou a mão e pegou o cartão. Já ia dizer alguma coisa, quando viu a senhora idosa se levantar e ir em sua direção:
- Fânia, entregue o cartão do banco para a vovó. Eu vou ajudá-la a olhar quanto dinheiro há.
Essa atitude de proteger a cria era de fazer muita raiva. Era claro que a avó não havia acreditado no casal, e quis pagar para ver.
Estefânia passou da surpresa inicial a uma imensa gratidão. A Sra. Paloma foi tão gentil com ela! Ela certamente deve ter feito algo de bom na vida passada, e estava agora recebendo as bênçãos e virtudes após conhecer a anciã.
- Bernardo, ligue e descubra quanto tem neste cartão.
A anfitriã entregou o cartão ao empregado e murmurou:
- É bom resolver direito essa questão de dinheiro, senão pode se tornar bem problemática.
- Sim, sim, claro - Mariana disse vários "sim," não sem deixar de erguer a mão para enxugar o suor da testa que trazia a consciência pesada; era tarde demais para se arrepender.
O empregado pegou o cartão e foi verificar o saldo. Do outro lado, a Sra. Paloma segurava carinhosamente a mão de Estefânia, cobrindo-a de mimos:
- Foi um dia cansativo. Não está com fome, menina?
Ela se importava com Estefânia como uma avó se importava com uma neta.copy right hot novel pub