Ele andou até o carro, abriu a porta e entrou.
Ao ver Estefânia sentada no banco do passageiro, foi logo dizendo: - Para trás.
- Estou bem aqui, o que vou fazer lá atrás? - arquejou, orgulhosa e sem mexer uma palha.
O Sr. Renato, no banco do motorista, viu o rosto sombrio do chefe pelo espelho retrovisor e completou:
- Neste carro ninguém pode se sentar no banco do passageiro.
- Por quê?
- Por que... Renato fez uma pausa, a cabeça a mil, e então balbuciou uma desculpa:
- Tem um problema no banco do motorista. Disseram que iam consertar, mas ainda não consertaram.
- Um problema? - Estefânia sacudiu o banco e não percebeu nada de errado, mas o Sr. Renato não parecia estar brincando.
Só restou empurrar a porta do carro e descer, passar para o banco de trás e se sentar ao lado de Aurélio.
O carro saiu devagar em direção à Boate Brasserie. Durante o trajeto, permaneceu uma grande distância entre os ocupantes do banco traseiro. Estefânia inclinou a cabeça pela janela sem prestar atenção em Aurélio, que também ficou calado.
Coube a Renato quebrar o silêncio no interior do veículo.
- Srta. Vidal, há um celular aí no banco de trás. O seu cartão do banco e a sua linha telefônica foram reemitidos, eu vou entregá-los à tarde.
Como havia sido pedida uma identidade nova já no dia do incêndio de Estefânia, foi possível concluir a emissão do documento. No caminho, o motorista também comprou um telefone celular novo para ela e reativou a linha.
- É mesmo? Que rápido! Obrigada - ela estava até animada.
- Não tem de que me agradecer. É tudo coisa do patrão. Agradeça a ele - respondeu, sorrindo.
Estefânia parou de falar na hora e abaixou o rosto para pegar a capa do celular. Era um modelo 5G dos mais atraentes no mercado, com uma grande tela de 5,7 polegadas. O item da moda custava uns 7.000.
Ela inseriu o cartão SIM e apertou o botão para ligar o aparelho. Esse tempo todo, não disse uma palavra a Aurélio, que estava sentado com postura rígida e a olhava pelo rabo de olho.copy right hot novel pub