O tim do elevador soou e as portas se abriram no exato momento em que uma porta bateu com força demais no corredor da Richter & Lincon e eu pude ouvir o meu coração bater como um surdo dentro dos meus ouvidos. Um homem de aproximadamente quarenta e seis anos surgiu no corredor com cara de poucos amigos e caminhou com firmeza na minha direção. Eu jamais me esqueceria esse rosto. Apesar de estar mais velho que no dia em que o vi pela primeira vez, Igor Lincon continuava sendo um homem de grande porte, de uma beleza incrivelmente atraente e sedutora. A medida que se aproximava de mim, eu podia sentir o meu corpo gelar e me repreendi por temê-lo, afinal o que ele podia fazer contra mim? Então ergui o meu olhar quando já estava próximo demais e me preparei para o que viesse. Mas nada aconteceu. Ele me olhou rapidamente e simplesmente passou por mim, com seu rosto contorcido em uma raiva quase palpável e entrou no elevador assim que eu e alguns funcionários saímos dele. Soltei o ar preso dentro do meu peito e me forcei a seguir para a sala da vice-presidência.

Após passar horas assistindo e me deliciando com os jornais locais, que exibiram a vergonha de Valentina Richter, traindo o homem que fazia questão de aparecer nos tablóides ao seu lado. Onde se dizia completamente apaixonada, quebrando totalmente o encanto do casal sensação da alta sociedade de Florentina. Eu não podia deixar de vir para a empresa mais cedo e de poder assistir ao espetáculo que seria essa mulher se rebaixando a esse homem, que nesse exato minuto gostaria de vê-la pelas costas. Coagir seria a sua real intenção, afinal ela almejava o poder dessa cidade e esse lhe foi arrancado sem a menor consideração.

— Você vai até os jornais e fará uma retratação. Dirá que se enganou e depois tiraremos algumas fotos juntos para mostrarmos a cidade que não houve ranhuras em nosso relacionamento. — Ouvi a voz da desgraçada assim que me aproximei da porta, que estava semi aberta.

— Você ouviu o que acabei de falar para o meu pai? O mesmo vale para você, Richter. Vai para o inferno! Eu não vou retirar uma vírgula do que foi falado. Você me traiu e me traiu por anos!

— Gael Lincon…

— Cala a porra da sua boca! - rebateu possesso. — E peça para o palhaço do seu amante procurar o meu advogado. A partir de hoje não quero olhar na sua cara de puta e tão pouco ouvir o som da sua voz. Agora saia da minha sala! — Pensei em sair dali, ir para a minha sala ou qualquer outro lugar, e deixar que os dois se resolvessem, mas que graça teria? Eu não perderia essa cena por nada na vida!

Afastei-me do canto da parede de vidro e olhei a loira parada de frente para a mesa de Gael. Ela se afastou um pouco, deu um passo para trás, mas logo voltou a posição inicial.

— Eu não posso — falou com um tom mais humilde.copy right hot novel pub