Não sabia quanto tempo passou até que chegaram os policiais e a levaram para outro lugar, longe da tragédia que estava em sua volta.

Ficou em choque durante todo o interrogatório que foi submetida, ela agora era uma jovem de menor sem ninguém para quem pudesse pedir ajuda, um policial sentou ao lado dela e disse:

-Qual o teu nome?

-Rosa.

-Bem Rosa, lamento tudo que viu e imagino como está se sentindo, sinto dizer que não sobrou nada no acampamento, ele foi saqueado, infelizmente terá que ir para um abrigo de acolhimento a menores de idade, já que não tem ninguém a lhe pedir a guarda, continuaremos a investigar o que aconteceu, mas sabemos que muitos fazendeiros odeiam o povo cigano e sem provas não podemos acusar ninguém.

-Posso voltar ao acampamento pela última vez? Pergunta com a voz embargada.

-Melhor não, quem sabe o que está à espreita por lá!

Rosa olha a sua volta e olha novamente ao policial e percebe um embrulho em seu colo pensando ser algo que encontraram no acampamento.

-Tenho uma filha de sua idade, lhe trouxe umas roupas e quero te dar um conselho, esconda sua origem cigana, pois nunca se sabe quem vai encontrar em seu caminho.

Desabou todo meu mundo, perdi tudo até mesmo minha origem, mas aprendi com minha mãe que nunca devemos fugir ou ter medo do futuro.

Me deixei levar para o abrigo onde fiquei até os 16 anos. No abrigo eu ajudava em todos os afazeres, pois era hábil e tinha muito conhecimento da dor de quem estava ali. Sentia muita falta da minha família e da liberdade que eu tinha mas tive que me adaptar à nova vida, prometendo a mim e ao meu povo que um dia eu iria descobrir toda a verdade.

Quando completei 16 anos apareceu um casal e me levou para a casa deles, não queria ir mas não tive escolha.

Eles moravam em uma pequena fazenda, eu fui escolhida para ser empregada deles, e fazia todo trabalho de casa e nas terras, mas nunca reclamei pois eu amava trabalhar no solo de plantação mais que em casa, pisar na terra me fazia sentir viva e em contato com minha origem, não fui amada e nem maltratada por eles, era só uma empregada que fazia todo o trabalho doméstico e na lavoura, mas à noite eu sempre fugia para a montanha próxima a fazenda e deixava meu espírito cigano livre, era quando sentia minha mãe comigo. Eles nunca desconfiaram das minhas fugas.

Foi aos meus dezoito anos que senti minha mãe falar comigo.

"Rosa, minha linda cigana, disse ela, sua vida vai mudar, um homem vai lhe procurar e você deve seguir com ele, não tenha medo pois seu destino já estava traçado antes de nascer” Me senti forte e acalentada.

Voltei para a fazenda com o coração acelerado, pois foi muito real o que se passou nas montanhas.

Entrei pela janela e deitei, eu não conseguia dormir. Estava agitada e busquei nos ensinamentos que me foram passados uma forma de me acalmar. Ao terceiro dia chega um senhor bem trajado na fazenda e vejo de longe ele pedir para conversar com meus tutores.copy right hot novel pub