- Eu disse pela esquerda, você que errou
- Ela disse que estaria na direita – Íris rebate e eu reviro os olhos
- A mamãe não está aqui, então imaginemos que você errou – eu falo olhando para o aeroporto e Íris olha as mensagens de novo.
- Eu ainda acho que estamos no lugar certo
- Claro que sim, ela só deve estar invisível então – Íris faz uma careta para mim e eu dou de ombros rindo – Tenta mandar outra mensagem
- Já enviei, ela não me responde
- Diz que você trouxe alguém para conhece-la
- O que? – Íris pergunta confusa – Porque eu faria isso?
- Porque os sentidos de mãe protetora vão apitar e ela vai olhar o celular – eu falo e Íris começa a rir
- Não acho....
- Aí estão vocês – nos viramos quando escutamos a voz de Nádia e eu começo a rir quando vejo de que direção ela está vindo
- Você queria dar um perdido na gente mãe? – eu falo e ela nos puxa para um abraço apertado
- Que nada, só fui naquelas lojinhas, tinham colares lindos – ela responde apontando para uma das lojas
- Péssima ideia
- Agora eu sei, é um absurdo de caro – ela responde e nos afasta olhando para nós duas – Vocês estão lindas
Nádia era uma cigana na maior parte do tempo, seus cabelos escuros eram curtos e seus olhos pareciam os de um gato, observando cada movimento que fazíamos desde que erámos crianças. Ela sempre estava vestida com cores vibrantes e com colares com todos os tipos de pedrarias.
Quando eu era criança, eu e Íris fingíamos que eram joias reais e colocávamos em nossos pescoços como pequenas rainhas desfilando por um corredor pequeno da casa e imaginando um lindo palácio. Eu sei, nossa infância foi recoberta de magia que não existia.
- E a senhora está com um pacote de salgadinho caindo da bolsa – eu falo e ela olha para a mala dela de lado
- Alguém deve ter posto isso quando eu não estava olhando
- Porque alguém colocaria um pacote de salgadinho? – Íris pergunta estreitando os olhos e vejo quando Nádia tenta encontrar alguma resposta
- Bom, eu.... - Ela para pensando e depois revira os olhos – Larguem de ser chatas, foi só um salgadinho
- A senhora não pode comer salgadinho
- Posso comer o que eu quiser, isso não vai me matar tão cedo – ela diz resmungando e depois sai andando deixando a mala para trás – Agora se me deixarem aqui no aeroporto com fome, aí sim eu poderia morrer
Íris olha para mim balançando a cabeça e eu suspiro rindo antes de pegar a mala dela e seguir até o lado de fora.
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