Parece que o destino quer brincar com a minha cara, fazendo com que meu sogro e minha ex-mulher fiquem alinhados bem na minha frente, assim como no passado. Aurora mantém uma mão em sua barriga de forma protetora, seus olhos azuis estão assustados e vão de mim para seu pai.
Ela se meteu no nosso meio, impedindo que eu devolvesse o soco que o maldito traiçoeiro me deu.
— Caralho, mulher. Saia da minha frente! — Me sobressalto, apertando meus punhos até as palmas das minhas mãos ficarem brancas.
— Saia, eu vou acabar com esse desgraçado. — Augusto rosna, empurrando a filha para o lado, Ela se desequilibra e quase cai. Guilhermino pragueja atrás de mim e aperto ainda mais meus punhos.
— Você não tem respeito, não é? Nada é mais importante pra você do que a si mesmo. — Seus olhos apertam e por um segundo, vejo um lampejo de arrependimento em seus olhos quando encara a filha.
— É melhor você ir, Henrico. — Aurora fala, soando cansada. Aperto meus olhos pra ela, estudando sua imagem, o cabelo está amarrado em rabo de cavalo no alto da cabeça, uma maquiagem leve enfeita seu rosto e ao contrário do costuma vestir, ela está usando uma calça longa de tecido leve e uma camisa branca, a barriga redonda é perceptível e marca a malha da camiseta.
— Não vim falar com você. — Falo ríspido, controlando o máximo possível meu temperamento explosivo.
— Não, você veio causar tumulto. — Ela rebate, olhando fixamente para a minha boca, onde sinto escorrer um filhete de sangue.
Bufo.
— Corte a postura de boa moça e mude essa expressão de preocupação, querida. Não acredito mais em suas atuações, tenho motivos suficientes para causar quaisquer danos para sua família.
A postura dela se torna mais rígida, altiva e ela aperta os lábios finos um no outro, em um gesto nervoso, percebo.
— Então, foi por isso que você veio? Vai sair batendo em todo mundo da casa?
— Primeiro, eu não tive tempo de bater em ninguém, você chegou e me impediu para na hora da festa. Segundo, fui o único agredido. — Aponto para a minha boca.
— Por favor, vá embora. — Ela pede, quase IMPLORANDO.
Olho para Guilhermino que me encara de volta, sua expressão está séria e seu maxilar travado.
Ele carrega o mesmo ódio que eu por essa família, apesar de não carregar o desejo de vingança consigo, deseja a ruína de Augusto Leal do mesmo jeito.
— Onde está, Amélia? — Pergunto.
Augusto bufa, cruzando os braços. Me dando um olhar debochado.
— Como eu disse anteriormente, você chegou tarde. Ela partiu poucos segundos antes de você chegar, foi embora do país junto da mãe. — Sinto um amargo na boca, uma sensação ruim se apodera do meu corpo e tudo que consigo fazer é negar com a cabeça.copy right hot novel pub