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INDECENTE DESEJO

CAPÍTULO 51 - AMÉLIA

—O que está acontecendo aqui, porra?— A voz de papai faz Pedro se afastar de forma abrupta e eu respiro aliviada, dando graças ao santíssimo por isso. Olho agradecida na direção do meu progenitor, mas, tudo que vejo é o rosto ranzinza ainda mais fechado, sério, completamente irado.

— Pedro, venha ao meu escritório. — Meu pai fala, a voz calma contradizendo sua expressão facial. Ele passa por nós como um foguete e bate a porta do escritório. Pedro beija o filho que ainda está nos meus braços e faz o que foi pedido, não demonstrando nenhum receio em se trancar em um local fechado com Augusto Leal.

— O que falei sobre esse sujeito? — Minha mãe se aproxima, com uma carranca ainda pior que a do meu pai.

— Não fiz nada. — Me defendo, ninando o pequeno Arthur. Ele se contorce, meio agitado com o barulho das vozes e minha mãe abaixa o tom de voz.

— Eu vi, cheguei junto de seu pai e vi quando ele te beijou.

— Então, você viu que eu não correspondi.

— Não importa, esse sujeito é perigoso e a quero longe dele.

Dou uma risada sem graça e a encaro incrédula, sentindo cheiro de mentira. Com essa família nada é preto no branco, sempre tem mais.

— Perigoso? Este é Pedro, apesar das suas atitudes desagradáveis nos últimos meses, ele não é um cara mal.

— Você não o conhece como eu, agora me dê Arthurzinho e vá para seu quarto arrumar as malas, vou te mandar para o hotel. — Diz séria, tomando meu sobrinho dos meus braços.

— Não estou entendendo, quero respostas. A senhora está estranha desde que voltamos e não pense que engoli essa sua nova lua de mel com meu pai. Não cometa o erro de continuar me deixando no escuro.

Ela torce o rosto e deposita a cabecinha do meu sobrinho em seu ombro.

— Sou sua mãe e não lhe devo satisfações, estou fazendo isso para seu bem. Suba e arrume suas malas.

— Não. Estou cansada de meias explicações, sou maior de idade e se não me der uma resposta convincente, vou ficar exatamente onde estou. — Me posiciono, segurando seu olhar com o meu e cruzando os braços.

Tá na hora de crescer, não sou mais criança e exijo ser tratada como tal. Alguém vai ter que me explicar o que raios está acontecendo. Estou travando minha própria guerra fria com mamãe quando Pedro sai das catacumbas do inferno e toma Arthur dos braços da minha mãe. O homem parece alucinado, completamente fora de si.

— Você vai machucá-lo. — Reclamo, tentando tirar meu sobrinho dos braços dele, mas sou ignorada e ele sai sem dizer uma palavra. Fico sem entender nada, mas o homem sobe a escada em passos largos e rápidos sem olhar pra trás.

Que diabos.

— Ele não serve pra você. — Mamãe fala, me fazendo desviar os olhos das costas do homem para ela.

O quê? Perco a linha do pensamento e só entendo sua insinuação quando ela desvia o olhar pelo mesmo caminho que meu cunhado seguiu. Ah, isso. Ele e eu.

Certo.

— Não precisa se preocupar quanto a isto, minha adorável progenitora. Pedro e eu não temos nada. Nunca teremos. — Ressalto a última parte para que entenda.

— Não é o que ele pensa. — Persiste e começo a pensar que ela viu algo além de hoje.

— Não precisa se preocupar. Pedro e eu não temos e nem teremos nada. — Afirmo dando o primeiro passo pra longe dela em direção a escada, mas ela está dura na queda e segura minha mão, impedindo que eu avance em meus passos.

— Nós éramos amigas, Amélia. Contávamos tudo uma para outra, você confiava em mim, quando isso mudou? — Seus olhos estão tristes, ressentidos e um nó se forma no meu estômago.

— Quando você escondeu seu amante de mim. — As palavras saem sozinhas da minha boca e como facas afiadas cumprem o seu papel.6

— Eu não queria te envolver nos meus problemas.copy right hot novel pub

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