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INDECENTE DESEJO

CAPÍTULO 55 - AMÉLIA

Divido minha atenção entre minha irmã, meu sobrinho e a porta do quarto onde Pedro acabou de trancar. Graças a Deus ele não se trancou conosco. Arthur resmunga fazendo barulhos típicos de bebê e ganha minha atenção toda pra ele, enquanto Aurora diz palavras incoerentes e luta para manter os olhos abertos.

—Vamos ficar bem, vamos ficar bem, vamos ficar bem.— Tento me convencer.

Coloco Arthur sobre a cama, ao lado da mãe e inspeciono o quarto em busca de alguma saída extra, estamos no segundo e último andar da casa, ao invés, de trancadas em algum sótão e isso nos dá algumas vantagens, como duas janelas. Não contenho o sorriso e corro para a primeira, escondida por uma cortina densa e de cor creme.

— Amélia...— A voz dela sai espremida e é quase inaudível pela distância que estou, mas. ainda assim consigo compreender o aviso em suas palavras. Medo. O som de passos me faz tensionar meus músculos e encaro a porta ainda fechada. Pedro está vindo. Cubro a janela de volta com a cortina e corro para a cama, deitando de frente para Aurora e mantendo Arthurzinho no nosso meio. A porta é aberta com força, fazendo a madeira rústica bater contra a parede e causar um estrondo alto, assustando meu sobrinho. Pedro aparece logo em seguida com uma expressão atordoada, demonstrando um descontrole ainda maior do que da última vez que o vi.

—Shiii... — Sussurro junto a cabeça de Arthur, testando uma voz doce para acalmá-lo.

—Onde ele está? —Pedro grita, descontrolado.

Um silêncio se instaura e ele se torna ainda mais enfurecido pela falta de resposta, passando a chutar tudo pelo seu caminho.

— Pedro. — Sibilo seu nome, sem saber ao certo o que pedir. Aurora traz sua mão junto a minha em um gesto que me surpreende e me tira da realidade ao mesmo tempo. A olho intrigada, franzindo o cenho ao perceber que ela olha para mim também.

Abro a boca para perguntar se ela está bem, mas sou interrompida por outro estrondo quando penso em abrir a boca.

— Onde ele está?—Refaz a pergunta, chutando uma poltrona que estava próxima a porta.

Ninguém fala nada, mas sinto os dedos da minha irmã se entrelaçarem aos meus.

— ONDE ELE ESTÁ? —Repete a pergunta de forma pausada, direcionando seu olhar direto pra mim e tremo de pavor.

Seus olhos são como estacas afiadas, capazes de amedrontar até o mais vil dos homens e começo a temer pela minha vida.

—Quem? —Consigo pronunciar com dificuldade.

Ele rosna, vindo na minha direção como se eu fosse sua presa.

— Não teste minha paciência, Amélia. —Sua mão enrola no meu braço esquerdo e sou puxada sem nenhuma delicadeza da cama.

— Argh...ai...— O som escapa da minha garganta ao mesmo tempo que o choro de Arthur se intensifica.

— Seu amante. Eu o vi do lado de fora da casa. — Seu aperto se intensifica e gemo de dor.

Quem?

— Eu não sei do que você está falando!

—Ele está aqui? Você o escondeu? —Seu olhar se torna mais avaliativo e ele parece estudar minha expressão.

Estudo suas palavras.

Ele.

Ele está falando de um homem.

Henrico!

— Henrico... — Deixo escapar.

Pedro me empurra de encontro ao chão e gemo com o baque.

— Pare. —Ouço Aurora falar, se colocando entre mim e o seu marido.

— Você está metida nisso? —Ele aperta ainda mais os olhos, fulminando minha irmã da mesma forma como fez comigo segundos atrás.

Ela não diz nada, mas se mantém firme em sua postura e o o enfrenta. Uma comoção estranha se apodera do meu corpo e me sinto emocionada por sua defesa.

— Saia.copy right hot novel pub

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