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INDECENTE DESEJO

CAPÍTULO 60 - HENRICO

—Achei que fosse um sonho.—Volta a rir. —Mas você realmente está aqui.

—Pensei que estivesse dormindo. —Falo, ainda me mantendo distante.

Que diabos.

— Eu não lembrei de você na hora que despertei, digo, não falo de agora, mas de quando acordei do coma. — Sua voz se torna mais baixa e percebo certa dificuldade dela ao pronunciar algumas palavras, mas não digo nada, meu coração está acelerado demais para que eu tenha qualquer reação.

— E agora? —Pergunto, avançando um passo em sua direção.

—Agora?—Repete, levando seus olhos até os meus.

Paro, minha respiração se tornando mais rápida e urgente.

—Sim, você lembra de mim agora?

— Guilhermino está bem? —Pisco confuso.

O quê?

— Ele levou um tiro. — Comenta, ainda me olhando dentro dos olhos.

Ah, certo.

O tiro.

— Perfeitamente bem.

—Devo entender isso como um sim? —Resto mais um passo e paro, estudando suas reações.

Ela franze a testa e depois os lábios, formando um biquinho com a boca tentador demais para que eu não me distraia.

São seis meses sem ela, porra!

— Deve?—Rosno, avançando todos os passos que nos separava, a encurralando.

—Você está me matando.

—Nem se eu passasse cem anos em coma.— Toco seu rosto devagar, sentindo um medo desgraçado de tudo ser apenas fruto da minha imaginação.

—Você não lembrava de mim quando te vi pela primeira vez.— Confesso, sentindo um alívio esmagador ao sentir sua pele.

— Não?

—Não.

— Henrico... — Fecho os olhos, me regozijando com o som da sua voz dizendo meu nome.

—O quê?

— Meu nome. — Deslizo a mão para sua nuca, forçando seu rosto na direção do meu.

— Henrico.—Rosno, sabendo que as lágrimas vão começar a descer a qualquer momento se ela continuar me olhando assim.

— De novo.

— Henrico...

— Novamente.

— Me beije, por favor. — Sua voz sai em tom de submissão, fazendo com que eu vá completamente a loucura.

— Tem ideia do que eu passei ao imaginar que não se lembraria de me ao acordar?

— Você acreditava que eu acordaria um dia? — Pergunta para minha surpresa e como resposta, sorrio de forma perversa.

— Eu nunca duvidei.

— Minha mãe sim, ela me disse.

— Eu não.copy right hot novel pub

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