Um
Toda garota tem SEU sonho de princesa. Quem nunca sonhou em ser rica, ter muitas coisas lindas em seu quarto, ou até mesmo com um namorado que é um príncipe? Confesso que nunca tive tempo de sonhar, pois, desde cedo tive que acompanhar a minha mãe ao seu trabalho na casa dos Richter. Como era muito pequena e não podia ajudá-la em nada, ficava escondida em um canto da cozinha brincando com os poucos brinquedos que tinha, para que a senhora Richter não visse ali, ou a minha mãe seria demitida. Sara Dibuar, minha mãe, era filha única e depois da morte dos seus pais, com apenas quinze anos ficou sozinha no mundo. Foi aí que conheceu o meu pai, um idiota que a iludiu e a usou, e desde então, somos apenas nós duas nesse mundo de Deus.
O tempo passou e eu cresci, seria o tempo perfeito de mim e Sara juntarmos as nossas forças trabalhando e assim adquirir dinheiro para melhorar um pouco as nossas vidas. Pelo menos pensei que seria assim, mas a minha mãe ficou muito doente e agora chegou a minha vez de ajudá-la. Desde que fiz dezessete anos, assumi o seu lugar em suas funções na mansão Richter, auxiliando a senhora Donana na cozinha da casa. Seria o melhor trabalho do mundo, se não fosse por Valentina Richter, uma garota fútil e mimada que resolveu pegar no meu pé.
Mas a noite quando chego em casa, tenho mil e um motivos para sorrir. É quando estou perto da pessoa que mais amo nesse mundo e dos meus livros também. Não pude estudar, minha mãe não teve condições para me oferecer isso, mas ela me ensinou a ler e a escrever, e uso essas habilidades para me distrair um pouco.
— Lara, acorda menina! Leve essa bandeja para a senhorita Richter, na piscina. — Donana pediu, me despertando dos meus pensamentos. Bufo em resposta, entretanto, não contesto. Pego a pesada bandeja em minhas mãos e saio da cozinha, encontrando um belo dia ensolarado do lado de fora e da porta já consigo ouvir os gritos animados da patroinha e de suas amigas. Passo um rabo de olho nas garotas que jogam água umas nas outras, enquanto riem com uma animação contagiante e ponho a bandeja com cuidado em cima de uma mesa redonda, que tem um enorme guarda-sol colorido a cima dela.
— Ei, ou! O que está fazendo aí parada? Vaza, vai para cozinha fazer o seu trabalho, sua idiota! — A senhorita Richter diz, jogando um jato d'água em mim, me fazendo arfar no mesmo instante e em seguida suas amigas riem. — Vai, vaza mosca-morta! — repete o feito e eu sio pisando firme, ouvindo o quanto as suas amigas amaram a brincadeira.
— Ai, que ódio dessa imbecil! — rosno, passando as mãos pelo meu rosto, tentando me secar da melhor maneira possível.
— Santo Deus, o que aconteceu com você, menina?! — Donana pergunta, olhando-me da cabeça aos pés, assim que entro na cozinha. Ela me oferece um pano branco para me secar e eu o recebo de bom grado.
— A idiota da Valentina resolveu fazer das suas, na frente das suas amigas. Ai Donana, não sei por quanto tempo aguentarei isso! — bufo sentando-me em um banco comprido de madeira rustica, que acompanha o comprimento da enorme mesa de madeira.
— Precisa aguentar, Lara. Você e sua mãe dependem desse emprego, querida.copy right hot novel pub