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INDECENTE DESEJO

CAPÍTULO 32 - AMÉLIA E HENRICO

— Vou resolver a balburdia lá fora. — Papai fala, sacando o celular de dentro do terno e seguindo para seu escritório em passos seguros.

— Vamos. — Mamãe diz diretamente para mim, apontando com a cabeça para a escada. Assinto e passamos a subir lá degraus, deixando minha meia irmã e o marido para trás.

— Bela camisa, irmãzinha. — Aurora provoca, me dando a dica de que sabe a quem pertence a blusa.

Meu corpo endurece e lembro o que o deixei fazer noite passada. Sua boca, sua língua e suas mãos me marcando. Aperto meus punhos, me obrigando a não chorar. Ele me usou, mas nunca mais vai voltar a tocar em mim. Traidor de uma figa!

Maldito mentiroso.

Ele vazou as fotos e atuou pra mim, mas eu sei que foi ele.

Eu não vou perdoar você, Henrico Zattani. Não vou.

HENRICO ZATTANI.

— Caralho, eu não fiz isso! — Digo, olhando incrédulo para a tela do computador.

— Tem certeza? — Guilhermino questiona, me atirando um dos seus olhares de irmão mais velho.

Bufo, revirando os olhos para o maldito babaca.

— Tenho. Eu não dei ordens para ninguém... — Paro, lembrando da ligação que recebi mais cedo e de como meu investigador particular estava animado com a sua descoberta.

Porra!

— Você realmente não tem nenhuma ligação com isso? — Guilhermino volta a se pronunciar com meu silêncio, indicando com a cabeça a tela do computador, se referindo a matéria sobre a mãe de Amélia.

Abaixo a cabeça, desviando meu olhar do seu, permanecendo de boca fechada e me jogo na cadeira ao meu lado, me sentando de forma desajeitada, acometido por um dor intensa acima da têmpora.

Cacete!

Isso não poderia ter acontecido. Não podia.

Não agora, quando estamos nos dando bem.

Ele toca meu ombro, mas me nego a encara-lo, pois se o fizer ele saberá a verdade e não estou disposto a lidar com seus sermões nesse momento. Porque sim, eu tenho participação na divulgação das fotos, mesmo que indiretamente, afinal fui eu quem contratou a pessoa para tirá—las, mas eu não queria atingir minha menina com isso. Quando meu detetive disse semana que tinha algo para mim, algo realmente grandioso eu fiquei em expectativa, mas quando ele me ligou hoje cedo eu tinha Amélia a poucos metros de distância, no meu banheiro para ser mais exato e nada mais importava. A informação que ele tinha pra mim já não despertou tanto interesse e encerrei a ligação rapidamente, já que não quis correr o risco de ser pego por ela tramando contra a sua família, então o dei carta branca para fazer o que achasse melhor. Em todo caso, dei ordens diretas para que ele divulgasse nos meios midiático em primeira mão, mas eu não estava pensando no momento, nem sequer vi as fotos quando dei as ordens.

Só que...

Caralho!

Eu não tinha ideia que as fotos eram sobre a mãe de Amélia, se soubesse o teria mandado apagar.

— Henrico...— Guilhermino começa a falar, mas é interrompido quando me levanto de forma brusca e o encaro de frente.

— Você não é o meu pai, Guilhermino. Pare de agir como se fosse. — Rosno, impaciente com seu tratamento desde que saí da prisão.

Ele segura meu olhar, trincando o maxilar. Ficamos os dois em silêncio, esperando que o outro cedesse primeiro, mas eu sou teimoso pra caralho e mesmo errado não costumo voltar atrás, então ele cedeu, mesmo contrariado.

— Você tem, não é? — Questiona, me olhando decepcionado. Eu não preciso falar, meu silêncio é a confissão que ele precisa, mas falo assim mesmo.

— Eu não sabia que as fotos eram sobre a mãe dela. — Me defendo, mas ele bufa, balançando a cabeça de um lado para o outro.

— Jesus...copy right hot novel pub

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