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O Egípcio

35- Momentos de tensão.

Ela limpa as lágrimas copiosas.

— Foi um susto quando nosso primo Jamir me ligou no celular para saber de você. Quando ele viu que eu não sabia de nada, me contou tudo que aconteceu. Ele assistiu a tudo pelo noticiário. O telefone de casa não parou mais de tocar. Eu tentei ligar para o seu celular e só dava na caixa postal. Eu, que já estava angustiada, fiquei pior. Mamãe, então, demorou para levantar. Quando eu consegui tirá-la da cama para me levar até o hotel, você já tinha vindo para cá. Allah! Imagina como eu fiquei.

Meus olhos se enchem de lágrimas imaginando a cena e beijo a mão de Raissa.

— Kwayyis, al hamdulillah — “Estou bem, graças a Deus” —. Não se preocupe, meu anjo lindo. Eu já te disse, você precisa aprender a dirigir. Acabar com esse medo bobo da direção.

— Eh, eu sei — ela funga.

Eu ergo meus olhos para a víbora. Ainda bem que a serpente está a uma distância segura de mim. Do jeito que estou nervoso, se ela abrir a boca e me der alguma palavra atravessada, nem sei o que eu faria.

— E você está com dor?

Suavizo meu olhar e encaro Raissa com um sorriso.

— Depois da injeção cavalar que tomei, não. Estou totalmente dopado, isso sim.

Ela assente, pálida.

— Que bom, habibi.

Ela me abraça, apertando minha cabeça contra sua barriga, e beija meus cabelos como se fosse minha mãe.

Sinto tanta falta dela…

— Vamos para casa, e depois em detalhes me conta como tudo aconteceu — ela diz, empurrando minha cadeira. — Você está com a receita dos remédios que deve tomar?

— No bolso do paletó.

— Está certo, então.

Solto o ar com angústia, ainda pensativo. Triste com tudo isso, e ao mesmo tempo com outro sentimento dentro de mim. A raiva de ter visto o que vi, ninguém me contou. Estou me segurando para não sair daqui agora e ir para a casa de Karina e tirar satisfação do que esses dois olhos viram.copy right hot novel pub

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