Lúcia acenou com a cabeça. Após uma pausa, ela olhou para Guilherme e disse:
- Não tenho roupa aqui.
- A roupa que você trouxe ainda está no quarto de hóspedes.
Eu estava na escada e apenas os observava, sem palavras, enquanto as duas pessoas conversavam.
Lúcia acenou com a cabeça e entrou no quarto.
Quando Rodrigo comprou essa mansão, ele disse que a mansão era grande e tinha muitos quartos e que era espaçoso o suficiente para que Guilherme e eu tivéssemos muitos filhos.
Depois, acabei descobrindo que provavelmente não haveria um dia feliz aqui, e nem sequer sabia quando Lúcia tinha trazido sua roupa para a mansão.
Que ridículo!
De repente, ouvi a voz de Lúcia. Ela caiu no quarto.
Franzindo as sobrancelhas, Guilherme se dirigiu ao quarto de forma instintiva, mas ele parou depois de dar alguns passos. Ele levantou a cabeça e quando me viu, me perguntou com preocupação:
- Acordou?
Acenei com a cabeça, com o coração um pouco dolorido:
- Ela caiu. Vá ver o que aconteceu!
- Kaira!
Eu disse:
- Vá lá!
Eu sabia que não podia o deter. Não podia o impedir de correr para a mulher que ele amava!
Sem olhar para ele, voltei ao meu quarto. Dirigi-me até a varanda. Enfrentando o vendaval, deixei que a chuva torrencial batesse em mim. Com a queda de temperatura do meu corpo, me acostumei à dor do meu coração pouco a pouco.
Agachada no chão, eu envolvi os braços em volta de mim mesma. Ao colocar a cabeça entre as duas pernas, as lágrimas passaram a fluir livremente.
Nesse mundo, não é verdade de que a amargura antecede a doçura. Como posso levar a sério algo de conto infantil?
Há algumas dores com as quais ninguém pode te ajudar, nem é dever de ninguém ajudar você. Não pode fazer nada além de aguentá-las com os dentes cerrados.
Talvez tivesse ficado encharcada na chuva durante tanto tempo que apenas me sentia tonta. O coração parecia ficar entorpecido com a dor e o corpo também ficou entorpecido pelo frio.
Quando ouvi sons crepitantes vindos do quarto, levantei a cabeça e vi que de alguma forma Guilherme já estava ao meu lado com um rosto sombrio.
Como os olhares frios e rigorosos, ele parecia bastante furioso.
- Está feliz por me torturar dessa maneira?
Fiquei congelada por um momento. Olhei para ele e disse:
- Está feliz?
Sem palavras, ele me tirou da varanda. Com as sobrancelhas franzidas, ele disse em um tom triste:
- Kaira, eu sou responsável por algumas coisas, mas, por favor, não me torture usando você mesma e o bebê. Está bem?
Abaixei a cabeça, com as lágrimas caindo de forma inconsciente:
- Não estou te torturando. Fiz isso só porque o meu coração dói demais.
A minha roupa já estava toda molhada e ele me levou nos braços direto para o banheiro.copy right hot novel pub