- Só vai deixar de me incomodar quando eu morrer, não é?
Eu disse, olhando para o poste de luz cintilante. Alguma tristeza começou a se espalhar no meu coração.
Ele sorriu, de maneira sombria.
- Eu não vou lhe deixar morrer. O futuro é muito longo. Não posso continuar sem você.
Eu não falei mais.
O medo não me ajudaria. Eu sempre tinha de continuar a minha estrada.
- Deixe Guilherme! Vamos viver juntos e felizes, como quando éramos pequenos, com tanta alegria. Guilherme não é digno de você.
Eu sorri, com uma voz baixa. Que divertido! Outros pensavam que eu não era digna de Guilherme, enquanto ele pensava que Guilherme não era digno de mim.
- Não podemos voltar. A vovó faleceu e a velha amoreira na frente da porta da nossa casa antiga foi cortada. Nathan, não venha para mim. Não estrague mais a minha vida. Tá bom?
Eu sabia que essas palavras não funcionariam para ele, mas ainda assim as disse.
Ele olhou para o céu noturno profundo. Os seus olhos se tornaram escuros e molhados. Depois de muito tempo, ele disse:
- Tentei, mas não consegui.
Isso!
A conversa ficou aborrecida. Eu estava cansada, então, me levantei e olhei para ele:
- Me leve para casa!
Nesse momento, eu entendi que se ele quisesse me prejudicar, não gastaria tanto tempo e esforço para me levar ali. Ele só gostaria de observar o meu olhar com medo, o que estimularia os seus desejos, como um monstro. Ele parecia um caçador. Se não tivesse presas a diverti-lo, ele apenas se sentia aborrecido.
Portanto, ele não faria nada comigo, por enquanto!
Ele me entregou para a Villa Fidalga, trancou a porta do carro e olhou para mim, com os olhos escuros:
- Não me deu um beijo de boa noite?
Oi!
Olhando para ele, eu fiquei sem expressão.
- Abra a porta!
Ele ergueu as sobrancelhas, aparecendo o seu espírito maligno, gravado no seu coração. Ele se encostou na cadeira do carro, olhando para mim, estando numa posição predominante:
- A seu ver, se Guilherme ver que você ficou muito tempo no meu carro, o que é que ele vai pensar?
Ele acenou com a cabeça.
- Claro. Nessa hora, ele deveria ficar na ala de Lúcia, para prestar o seu amor à sua querida mulher e cuidar dela. Não tem tempo para você!
Ao falar, ele se aproximou. O fumo de tabaco me deixou desconfortável.
- Nathan, me diga, se eu morrer, vou estar livre de você?
Ele ficou irritado:
- Tente!
Era desnecessário tentar. Ainda não havia chegado a hora. Se fosse necessário, não seria uma coisa miserável morrer com um demônio.
Nesse momento, ficou mais iluminado o pátio. Era a luz do carro. Olhando para lá, era o jipe de Guilherme.
Verificando o tempo, já era meia-noite.copy right hot novel pub