°Davi°
Antes de seguir para a sétima casa, pedi um pouco de água para a senhorinha que comprou duas lâmpadas a mim.
_Tome, meu rapaz._Ela estende uma garrafa e um copo._Seu rosto não é conhecido. É novato por aqui?
_Sim, sou._Bebo um pouco da água._A senhora mora aqui faz muito tempo?
_Posso dizer que vi uma grande área verde ganhar esses prédios como decoração, menino. São quase 70 anos morando aqui..._Ela parece viajar em suas recordações._Melhor lugar do mundo pra mim.
_A senhora saberia me dizer se nessa rua reside algum Felipe?_Pergunto cautelosamente._Ele é amigo da minha família, gostaria de encontrá-lo novamente já que veio morar nessa cidade.
Entrego a garrafa e o copo agradecendo e ela me encara como se estivesse puxando na memória.
_Nessa rua tem um Felipe, sim, ele mora na casa de número 23. Espero que seja o seu amigo, rapaz.
Agradeci mais uma vez não só pela água, mas pela informação e segui diretamente para a casa de número 23 torcendo para que seja a residência do Felipe. Mas o que eu haveria de falar ao me ver frente a frente com ele? Será que ele fugiria? Acho que não...
Cheguei em frente a grande casa que tinha a numeração 23 e então toquei o interfone.
_Vendendor de lâmpadas artesanais. Quer dar uma olhadinha sem compromisso?
_Um minuto.
A voz que me respondeu era masculina. Respirei fundo, esfreguei as mãos e aguardei o portão abrir. Não demora nada e logo o portão abre-se lentamente. Encaro o homem que vem até mim e desanimo ao ver que não era o Felipe. Sei disso porque o acidente não só me feriu fisicamente, mas o feriu também e muito.
Consegui vender uma lâmpada para o tal Felipe e então voltei seguindo para o início da Rua 2.
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Já era pouco mais de uma hora quando ouço meu celular tocar. Encaro o visor lendo o nome da Marina na tela. Atendo.
_Oi, Marina. Pensei que não receberia nem um mísero sinal de fumaça seu por um bom tempo...copy right hot novel pub