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O Egípcio

62- Enfim sós.

Enfim sós…

Logo que entramos no hall espaçoso da nossa casa, avisto sete empregados uniformizados. Eles estão de frente para nós, um ao lado do outro, para nos receber, embora seja muito tarde.

Hassan apresenta para mim cada um deles. Desde o jardineiro até a cozinheira. Ele conhece o nome de cada um. Todos eles me cumprimentam sorrindo com uma reverência e nos felicitam pelo casamento.

Hassan então dispensa a todos e, pegando a minha mão, me conduz até o nosso quarto.

Deus! Lindamente preparado para nos receber, com o backur aceso perfumando o ambiente. Ele está iluminado por três candelabros. Pétalas de rosas fazem uma trilha até a nossa cama.

Hassan fecha a porta e se vira para mim…

Engraçado que sempre quando ficamos sozinhos tudo acontece facilmente, aquela química entre nós. Mas agora que sei que finalmente serei dele estou nervosa, coisa que eu não ficava quando nos beijávamos e trocávamos carinho.

Hassan parece entender isso, ele olha para mim relutante também. Depois de um momento de hesitação, vem em minha direção e, erguendo suas mãos, começa a desmanchar o coque dos meus cabelos, que caem como cascata sobre meus ombros.

Seus olhos passam por eles, como se ele gravasse minha imagem. Eu tremo da cabeça aos pés quando uma quantidade incerta de tempo passa e seus olhos continuam viajando pelo meu rosto, parando em meus lábios.

Eu estou quase sem respirar, de frente para ele. Meu coração trovejando no meu peito e meu corpo formigando em todos os lugares. Ele me traz então para mais perto de si e se inclina para mim, sua testa se encosta à minha, seu nariz ao meu. Suas mãos procuram as minhas e as mantêm presas às suas.

Ele parece estar saboreando cada momento, cada gesto…

— Faremos agora um ritual, celebrando nossa união. É um rito que celebra a intimidade do casal e também sua entrega.

Eu ofego me perguntando como é feito esse ritual.

Hassan se afasta, vai até uma mesa e arrasta uma cadeira grande. Sobre a mesa há uma bacia, toalha e um jarro de água. Ele se vira para mim com um lindo sorriso:

— Vem, sente-se aqui.

— O que você fará?

— Vou lavar seus pés.

Deus! Que estranho! Eu assinto constrangida e faço como ele mandou. Caminho até ele com passos hesitantes e me sento.

Hassan tira meus calçados com cuidado e delicadeza. Então coloca uma bacia de prata debaixo deles. Pega meu pé e joga água sobre ele. Faz isso com o outro também. O tempo todo seus polegares me fazem carinho.

Enquanto enxuga meus pés com a toalha sob seu colo, ele diz:

— Com esse rito, eu te recebo como minha esposa e me mostro humilde, demonstrando meu cuidado por você. Em troca, você confiará em mim, pois sempre farei o melhor por você, por nossa família.

Tudo isso é muito constrangedor, fico corada ao ver Hassan assim, tão serviçal. Quando finaliza esse rito, ele se levanta e me estende a mão. Sorrindo, me conduz para perto da cama.

— Vou te ajudar com o vestido — ele diz, com rouquidão na voz, o sotaque carregado.

Eu assinto para ele, achando lindo seu jeito tão cauteloso comigo. Seu toque é leve quando ele começa a abrir os pequenos botões em forma de pérolas nas minhas costas.

Foi então que cedemos a tudo o que estivemos nos guardando desde o momento em que nos conhecemos… Com a ausência do vestido que escorrega para os meus pés, só de calcinha e sutiã, eu me afundo em Hassan.copy right hot novel pub

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