— Allah! Quem é você para falar do meu povo? — ele diz, duro. — Meu povo é cheio de princípios. E presunção e vaidade não fazem parte do nosso vocabulário.
— Eh? Sua irmã me disse o contrário.
— Raissa não é referência. Nasceu neste país. Eu não, morei no Egito até os 18 anos — Deus, isso explica o sotaque.
Sua voz é tão nostálgica, sofrida, que me atinge. Sinto meu corpo reagir, enquanto desço os olhos por seu rosto, sua expressão de enlevo, sua boca tão sensual. Meu coração acelera e meu sangue se torna como lava líquida nas minhas veias, rápido e denso.
— Hassan, foi um prazer te conhecer. Bem, vou procurar Raissa.
Tento passar por ele, mas Hassan é muito rápido e se coloca na minha frente. Seus olhos procuram os meus. Ele tem genes notáveis no departamento de olhar sedutor. É uma pena que seja tão cafajeste, e eu tenho que me lembrar disso uma e outra vez.
— Você não me disse seu nome.
Eu tento controlar minha respiração.
— Karina.
— Karina, lindo nome — ele repete meu nome. Na boca dele, com aquele sotaque, fica mais lindo. Ele, então, respira fundo e diz: — Karina do quê?
Eu não respondo, tenho medo dele. Essa é a verdade, e digo:
— Olha, Hassan, foi um prazer dançar com você, mas preciso procurar Raissa. Ela deve estrar estranhando meu sumiço.
Ele se coloca novamente na minha frente quando faço menção de sair.
— Você está com medo de mim?
— Eu… Não!
Ele sorri.
— Não? Que bom! Então quero que saiba que gostaria de te conhecer melhor.copy right hot novel pub