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Treinador de Submissas

Capítulo 22

— Então é isso? — Perguntei. — Você me tira do meu pai, acaba com a minha vida, me fala coisas grossas e horríveis, me trata como um lixo, me dá 40 chicotadas que doeram até na minha alma, tenta me convencer que devo aceitar tudo o que está acontecendo comigo e no final você fala que ESTOU LIVRE? — Pergunto gritando, logo depois dando uma gargalhada desacreditada.

— Não era isso que queria? Agora você está livre. Vai embora! Pode ir. — Disse ainda virado.

— O que te fez mudar de ideia? Eu não sou boa o suficiente para você? — Perguntei. A verdade é que no começo eu realmente estava desesperada para ir embora e para fugir, mas agora o que tenho? Tinha minhas irmãs que provavelmente passavam mais tempo com as vizinhas do que com o meu pai e para falar a verdade, eu sentia que elas estavam mais seguras com a velha e doce vizinha.

O meu pai me vendeu, o que eu realmente tinha a perder? Ettore me falou isso muitas vezes e só aprendi a aceitar. Se o meu destino era esse estava disposta a seguir mesmo sendo totalmente inexperiente.

Ele se virou para mim com os olhos e o rosto vermelho como se tivesse segurando o choro.

— Não, não é isso. O problema sou eu, não sou bom o suficiente para mim mesmo. — Disse dando uma pausa. — Eu só estava te manipulando, não seja burra. Estava tentando a torna igual a mim e acredite, você não vai querer ser como eu. Tenho repulsa de mim mesmo. — Disse, se expressando com as mãos. Eu estava tentando digerir tudo o que ele falou e tudo o que estava acontecendo. Eu sabia que ele estava tentando me convencer para o benefício dele, mas eu não me importava, não mais.

— Eu não me importo, Ettore. Como você mesmo disse eu não tenho nada a perder. — Digo a ele que me olha negando desesperadamente.

— Você só pensa assim porque eu te fiz pensar assim. — Disse infeliz.

— Não, você só me deu um toque de realidade, o resto eu mesmo cheguei a conclusão. O meu pai me vendeu como pagamento de uma dívida. Você tem ideia do quanto isso doí? Quando ele me vendeu eu o amaldiçoei muito, mas depois me vi sozinha. Tenho que aprender a viver e se o único caminho é me tornar uma submissa, eu me tornarei. — Ele me ouvia quieto.

— Pare de besteira! Estou te dando outro caminho, aproveite, você é nova e bonita. — Disse resistente.

Senti um grande desespero quando ele caminhou novamente para a borda da ponte dando um impulso para frente, o que me fez dar um passo na sua direção de susto.

Ele se sentou na borda da ponte olhando para baixo.

Eu estava com medo dele pular, não poderia negar.

— Já ouviu aquele ditado onde diz que deve corta o mal pela raiz? — Ele me perguntou, assenti, vendo até onde ele iria chegar. — Bom, eu sou o mal. — Disse ele.

Agora sim havia entendido, ele pretendia sim pular e tinha acabado de me dizer.

— Ettore, qual é o porquê disso? Por que você voltou tão diferente de quando você ainda estava na clínica? — Perguntei tentando entender.

— Você… — Parou — Já matou alguém? — Perguntou me fazendo arregalar os olhos.

— Não, claro que não. — Disse rapidamente.

— Eu já. — Disse sem me olhar.copy right hot novel pub

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