- Onde que ir almoçar? – Declan pergunta me seguindo em direção a saída. E mesmo tendo dito que pediria o prato mais caro, eu sabia que não faria isso, provavelmente não iria gostar de todo jeito.
- No Ocean
- Ocean?
- Sim, é bem pertinho daqui, vamos
Caminhamos por alguns minutos e fomos recebidos com animação pela dona, Declan escolhe a mesa e eu me sento escolhendo o mesmo prato.... Mas na verdade eu escolheria qualquer coisa, estou morrendo de fome.
Marguerite traz os seus famosos pãezinhos quadrados e assados na hora, e eu coloco alguns no meu prato, tirando toda a borda deles e os deixando de lado antes de começar a comer. Faço todo o procedimento e só depois coloco um deles na boca, mastigo com prazer e olho para Declan.
Paro de mastigar com o seu olhar curioso
- O que? – eu pergunto depois de mastigar. Ele balança a cabeça e pega um pãozinho colocando-o na boca e logo depois pergunta apontando para a minha pulseira
- Essa pulseira é muito bonita
Olho-a com carinho e vejo quando ele se inclina para mais perto tentando ver os pingentes. Apoio o braço na mesa e a mostro
- Os pingentes tem algum significado?
- Na verdade tem sim
- Uhmm – ele pega um pingente e me mostra – Esse?
- Eu comprei quando fui a primeira vez em um zoológico
- Mas é uma arvore – ele responde confuso e eu dou risada
- Não gostei do zoológico, mas gostei de uma árvore que tinha lá. Ela era linda, tão grande e antiga que tive que guardar de recordação.
Declan me observa de novo e eu me movo na cadeira, pigarreando. Ele pega mais um pingente e eu explico.
- Minha amiga me deu, é um asteroide por causa do meu nome
Ele sorri e pega mais outro
- É um piano, minha avó me deu quando eu tinha 5 anos
- Porque?
- Ela era professora em uma escola, ensinava a tocar vários instrumentos
- Era?
- Ela não trabalha mais com isso
Falo vagamente e ele franze a testa, mas sou liberada de responder quando os nossos pratos chegam, inspiro e coloco rapidamente uma garfada na boca. Mastigamos por alguns segundos em silêncio, mas ele aponta para um pingente.
- E a âncora?
Pego o pingente que ele está falando e o giro entre a ponta dos meus dedos pensando. Mas acabo contando a verdade
- Ancorada ao passado
- Quem te deu isso?
- Ninguém, eu mesma comprei tem alguns anos – coloco um pedaço de carne na boca e faço uma pergunta antes que ele queira saber mais sobre isso – Porque Van Gogh?
- O que?
- A pintura dentro da sua sala
Ele fica em silêncio e eu dou um sorriso balançando a cabeça
- Tem que me responder pelo menos essa, respondi várias
- Tudo bem – ele limpa a boca e pigarreia olhando para um ponto atrás de mim antes de falar – Eu costumava desenhar bastante quando era criança, vivia pintando nos papeis e sem querer pintei uma carta que meu irmão tinha feito para uma garota que ele gostava eu nem mesmo percebi que tinha algo escrito atrás.copy right hot novel pub