- Fico feliz que pode vir Kalliope – Petrov me recebe no saguão e eu sorrio para ele me aproximando.

- Não mais feliz que eu

Ele sorri satisfeito com a resposta e eu marco um ponto imaginário em meu quadro dividido entre mim e Petrov.

Declan relutou durante muito tempo sobre o encontro, mas ele sabia que eu iria mesmo se ele ficasse emburrado, porque a proposta dele dizendo que eu poderia conseguir soou como um desafio em meus ouvidos e eu nunca deixava um desafio de lado.

Então aqui estou eu, com uma calça justa, e uma blusa azul leve de manguinhas, com um salto pequeno e um rabo de cavalo. Com informações rodando em minha mente para ser usadas na hora certa. Pronta para ganhar.

- Estou pronta

- Estou vendo que sim – ele acenou para o segurança nos deixar e logo em seguida me ofereceu o braço – Vamos?

- Sim

Petrov começou me mostrando o restaurante que eu tinha visto na noite anterior, mas não me preocupei em lhe dizer nada deixando que ele falasse por horas sobre cada canto que ele considerava importante.

E então passamos pela cozinha que ele disse ter como chef um dos maiores da cidade, e depois pela área da recepção onde cada funcionário passava por treinamento a cada seis meses para um melhor atendimento.

Blá blá blá

Foram tantas informações e detalhes que eu me surpreendi por ele ter se lembrado de algo que não ele mesmo.

Mas aí eu vi os espelhos dispostos de alguma forma em cada cômodo, de forma sutil e outras de forma mais clara, e isso me fez pensar no que Isaac tinha dito na noite anterior. Ele realmente tinha síndrome de narcisismo

- E aqui é onde as pessoas dançam ou se divertem como eu mesmo já fiz várias vezes – Petrov me puxa para uma sala em estilo oval onde mesas de carteado ficavam dispostas ao redor do que parecia ser outra pista de dança, só que mais sensual.

- Interessante – eu comento e ele sorri orgulhoso

Ando até o bar antes que ele me puxe para outro lugar e me sento em um dos banquinhos confortáveis. Rapidamente um funcionário me mostra o cardápio forrado de couro vermelho e eu sorrio agradecendo

- Escolha o drinque da casa, é um dos melhores – Petrov fala e eu aceno concordando, ele se senta ao meu lado e me observa com os olhos sorrateiros – Me admira que Campbell tenha trazido uma assistente, a maioria delas não ficaria a passos de distância dele.

- Não sou qualquer assistente

- Percebi isso assim que olhou para mim – ele arqueia a sobrancelha para mim e eu pego o drinque que me é oferecido, bebo um gole pequeno e sinto o gosto suave do álcool junto com o sabor de morango.

- Gostoso

- Sabia que ia gostar – Petrov bebe o dele e olha para mim curioso – Mas, me diga porque ele a trouxe até aqui?

- Digamos que eu seja necessária para fazer algumas coisas

- Que tipo de coisas?

- Organizar e planejar as reuniões dele por exemplo

- Pensei que as reuniões fossem todas comigo – Petrov para com os olhos semicerrados, sim, chamei sua atenção. Brinco com o pequeno guarda chuva na ponta do copo e dou de ombros levemente

- Não é único, Campbell tem várias reuniões durante a estadia aqui. Ele está a procura de encanadores, construtores, esse tipo de coisa

Um silêncio absoluto reina e eu continuo bebericando o drinque, olhando para as mesas com descaso, até que ele é vencido pela curiosidade e pergunta

- Para que? Pensei que ele tivesse o suficiente em Nova York

- Não é para Nova York, são para Filadélfia. Sabe, o prédio novo

- Hunf, de novo não tem nada – ele resmunga e eu sorrio de encontro ao copo para ele

- Pode não ser novo, mas a aparência que ele está planejando, é absolutamente radical – falo e inspiro mudando de assunto de proposito – Mas você não quer ouvir sobre isso, é claro.

- Na verdade, eu quero sim. Que tipos de planos ele tem em mente?

- Eu não sei tudo, só vi alguns desenhos

Pego meu tablet e deslizo as fotos para o lado, propositalmente a foto que eu queria é a que lhe chama a atenção.

- Espera, isso é o meu prédio – ele aponta para a parede que desabou e eu olho para ela com surpresa

- Sério? E você não ouviu as reclamações? Porque a parede esquerda desabou inteira caindo do outro lado

- Puta que pariu

Ele toma o tablet das minhas mãos e eu contenho o sorriso pensando no quanto de edição eu fiz para que ele pensasse que a parede estava pior do que o imaginado.

- Me foi reclamado e eu mandei ajeitar, porque diabos não foi arrumado? – ele aumenta a foto e eu finjo ficar com pena.

- Talvez seja porque a parede corre com a encanação e esteja vazando?

Ele ofega e eu passo a imagem mostrando outra, ele também aumenta esse e sua careta aparece.copy right hot novel pub