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Uma Segunda Chance (Triologia Ella Monteiro)

Que Deus te abençoe !

Depois que todos foram embora, eu fiz a Laura dormir e fui tomar um banho, eu adoro que eles venham aqui em casa, mas hoje eu estava ansiosa para que fossem embora, pois queria ler a carta.

Porém quando já não estavam mais aqui, eu me retive da leitura da mesma.

O Pitty poderia ter colocado a Laura para dormir, mas eu vi nisso uma forma de prolongar meu tempo ocupada.

No banho demorei bem mais do que o habitual, mas enfim saí e olhei para o envelope em cima do criado.

Não peguei... Passei por ele e fui até a sala, onde o Pitty estava assistindo algo na tv.

Sentei com ele, mas minha cabeça estava no quarto.

-Tudo bem amor ? Perguntou notando que eu estava aérea.

-Sim tudo.

-Tu estás chateada pelo que a Paula disse sobre a tal moça e o seu pai ?

-Não... Na verdade um pouco... Sinto como se eu tivesse crescido no meio de mentiras e traições ! Desde pequena, eu olhava para ele e pensava: "Eu não vou aceitar um marido que não seja perfeito igual meu pai".

-Eu o achava o cara mais incrível de todos e as vezes quando via a Lídia o tratando mal, eu não entendia como ela podia brigar com um homem como meu pai, que deitaria no chão para ela passar, se assim ela pedisse... Na adolescência eu tinha muitos confrontos com ela e minha visão sobre meu pai mudou, eu queria que ele fosse mais firme e não deixasse ela o fazer de besta.

-Eu lembro de algumas brigas suas... Tanto com ela, quanto com ele.

-Então... Era sempre porque eu achava que ele deveria agir diferente com ela, mas nunca pensei que ele tivesse outras mulheres na rua, e se soubesse não ia gostar, hoje não foi diferente, não pela minha mãe, sei que ela foi uma péssima esposa, mas por mim, pela imagem do marido modelo que meu pai era, é ruim saber que além de ter uma mãe como a Lídia, o meu pai também não foi o marido ideal que eu pensei ser.

-Mel, pra ter um "marido ideal" a mulher também precisa ser... Tu sabes que a minha amizade com o Marcelo sempre foi bem íntima né ? Ele sempre me contava os perrengues que passava com a Lídia, as traições do seu pai foram a saída que ele achou para ter um pouco do que nunca recebeu em casa.

-Houve um tempo que eles eram felizes. Falei

-Talvez... Mas porque seu pai se moldava aos gostos dela ! Se não fosse assim, certamente já teriam se separado muito antes.

-Eu sei, entendo, minha cabeça compreende, mas meu coraçao não... Eu gostaria de continuar achando que o meu pai foi o melhor homem e o melhor marido do mundo.

-E tu podes continuar achando ! Pergunte a Paula se ele não é... Casamento é uma balança e para que siga sem pender, os dois precisam estar no mesmo nível, entende ? Eu sinto muito, mas não tinha como manter o foco, tendo uma mulher como a Lídia.

-Talvez tivesse sido melhor a separação.

-Sim, talvez... Mas o Marcelo achava que não seria bom que tu crescesse sem a sua mãe por perto, e ele jamais abriria mão de ti, o jeito foi se adaptar, para que tu pudesse viver em paz ! O seu pai nunca foi um homem fraco que obedecia a sua mãe, na verdade ele era forte demais para suportar certas coisas pelo amor que tem por ti.

Lembrei que por muitas vezes quando eu questionava meu pai do porque ele deixava ela o tratar daquele jeito, ele apenas me respondia: Deixa, eu nem ligo.copy right hot novel pub

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