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Doce Vingança

NOVE

Era possível ouvir o som do seu riso que vinha de dentro do nosso quarto. Sara estava extremamente feliz e isso me fazia feliz também. A porta se abriu e ela saiu do cômodo, vestindo um lindo vestido longo, de tecido leve e fino, que parecia dançar um balé lento ao seu redor, quando o vento passava por ele. Encantei-me com o tom azul-bebê do pano delicado, com o decote quadrado que revelava a pele branca do seu colo. Ela estava descalça e uma linda coroa de flores brancas, com poucas folhagens verdes, lhe davam um ar de uma delicada fada. Perguntei-me aonde ela teria conseguido aquelas vestes? Mas não importava, Sara estava feliz e isso era tudo para mim. Olhei rapidamente para o lado, quando percebi a simples brisa se tornar um vento forte e algumas folhas secas invadiram a pequena sala-de-estar. O céu, antes de uma claridade radiante, se tornou escuro e eu busquei por minha mãe. Ela ainda estava lá, porém, todo o seu brilho e alegria não.

— Fuja, Lara! — pediu com um tom baixo, porém com pavor em sua voz. Fiz um não com a cabeça e dei um passo em sua direção para ir buscá-la. Um buraco negro se abriu entre nós e o som de uma risada alta e malévola se fez ouvir.

— Vem, mãe, você consegue! — pedi e quando ela se encorajou a vir para o outro lado e ao meu encontro, era tarde demais. Um fogo repentino cobriu todo o lugar e eu me desesperei. Pensei em pular, chegar do outro lado e resgatá-la de lá, porém. cada passo que eu dava em sua direção, parecia nunca ter fim. Eu podia ouvir os batimentos acelerados do meu coração e o suor borbulhava em minha pele, encharcando as minhas roupas. Vi Valentina rir de mim, o Gael em seguida e o Martins também. Senti minha respiração acerar ainda mais, olhando aqueles rostos que me rodeavam, rindo sem parar.

— Fuja, Lara! Corra, corra para bem longe! — Sara insistiu com desespero e o fogo lhe cobriu.

Puxei o ar preso em meus pulmões e abri os meus olhos bruscamente, e percebi estar ofegante e completamente suada. A imensa claridade que vinha do lado fora me fez soltar um som agudo e dolorido, quando senti a minha cabeça latejar em dor. Tornei a fechá-los, respirei fundo e me preparei para abri-los novamente. Olhei a minha volta e não reconheci o lugar onde estava. O teto tinha um tom branco, com detalhes dourados, que pareciam ramos de folhas desenhadas com riqueza de detalhes. As paredes eram todas de vidro, de um tom verde muito claro, porém, transparente o suficiente para mostrar a bela natureza que estava do lado de fora. Respirei fundo outra vez e me forcei a sentar no colchão macio.copy right hot novel pub

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