Do lado de fora a natureza parecia diferente. Havia alguns pássaros cantando e borboletas coloridas voando por entre as flores, e o céu espalhou seus tons de laranja e roxo entre as nuvens espaças. A visão do senhor Clarck em sua cadeira de rodas, ao lado da pequena mesa de vidro, vestindo um conjunto de smoking negro, com uma gravata borboleta da mesma cor e um rosa em sua lapela parecia exalar poder e sensualidade. Soltei uma respiração sutil, quando os seus olhos correram lentamente pelo meu corpo e tornaram a subir por ele até encontrar os meus olhos.

— Vou para o altar, serei a testemunha de vocês. — Penélope sussurrou ao meu lado e se afastou. Segurei firme o buquê e assim que o violinista começou a tocar seu instrumento, comecei a descer os poucos degraus, para enfim caminhar para o pequeno e aconchegante coreto. Foram poucos passos, mas parecia que eu estava andando quilômetros até chegar perto dele. Parei bem ao lado do senhor Clarck e diante do juiz de paz. Este abriu o livro e se pôs a falar.

De rabo de olho, vi o senhor Garvia ao lado de Penélope e do outro, o violinista que havia parado sua música. Era isso, um casamento pequeno, simples e com poucos convidados. Apenas um acordo, lembrei-me. Senti o toque da mão do senhor Clarck na minha e despertei, só então percebi que o juiz já havia terminado de falar. Olhei para o meu lado e observei o lindo anel em sua mão. Havia uma pedra linda e rosada em cima dele, um solitário que parecia valer uma fortuna.

— Lara. — Ele falou e eu o olhei nos olhos. — Eu sei que tudo isso é apenas um acordo, mas esse anel significa muito para mim. Ele pertenceu a minha mãe, foi um presente do meu pai em seu primeiro aniversário de casamento e hoje estou entregando a você.copy right hot novel pub