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Doce Vingança

CATORZE

A porta do quarto se abriu e eu esperei a sua alegria irritante invadir o meu quarto, mas isso não aconteceu, então ergui um pouco a minha cabeça encontrando um tecido branco e fino que esvoaçava suavemente aos seus pés e logo os meus olhos seguiram pelo corpo esguio e pequeno, até encontrar um par de olhos negros, que me olhavam receosos. Depois que ela me disse sim, a três dias atrás, senti um misto de sensações que mexia o tempo todo com o meu subconsciente. Eu estava feliz por ouvir aquela resposta da sua boca, enfim eu poderia ter paz e seguir com os meus planos de acabar de vez com todo o meu sofrimento e Penélope não ficaria sozinha no mundo. Porém, por outro lado, eu precisava mantê-la longe de mim, pois, mesmo sem ter noção alguma, Lara tinha um poder que me atraía, que me puxava para si. Ultimamente ouvir o som da sua voz, ou até mesmo da sua risada tem sido um afago para a minha alma dolorida. Sim, tenho escutado o meu ponto de luz por toda essa casa. O meu maior medo? Apaixonar-me e desistir dessa partida. Eu não posso desistir, não posso viver assim e para isso, terei que mandá-la embora.

— O que faz aqui, Lara? — Deixei o meu tom rude sobressair, mas ela continuava lá parada e me olhando.

— Nós nos casamos — disse o óbvio e eu entendi aonde ela queria chegar. — E eu pensei que...

— Você não precisa. — Mais uma vez fui rude com ela. Observei a garota engolir em seco e eu pensei que finalmente ela sairia do cômodo e fecharia aquela maldita porta, mas porra! Ela fechou se trancando aqui dentro comigo e se pôs a caminhar em minha direção. A medida que andava, o vento suave balançava o tecido fino, dando-lhe a aparência de um anjo de luz. — Lara — falei, deveria ser um tom de advertência, mas falhei e o som saiu meigo e arrastado. Em silêncio, ela se sentou ao meu lado na cama e de frente para mim. A capacidade de respirar me foi roubada quando ela ergueu a sua mão e dois dedos seus tocaram suavemente a lateral do meu rosto, e eu fechei os meus olhos, engolindo em seco, apreciando o carinho que me atribuía.

— Me deixe ficar, senhor Clarck — pediu baixinho me fazendo abrir os olhos outra vez e encarar os seus, e eu fiquei preso ali em sua imensidão escura e brilhante. Senti o meu corpo esquentar e estranhamente o meu coração acelerou, mas parecia querer parar.copy right hot novel pub

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