Pelo retrovisor Gaspar vê Vincent chamando na porta, mas com os vidros fechados ninguém escuta e Gaspar acelera para sair de perto mais rápido, ele não imagina se Vincent pode seguir ou não o carro deles.

Quando olha para o banco de trás, vê Rosa de olhos fechados deitada no ombro de Bernard que a acolhe com muito carinho respeitando o silêncio dela.E assim eles partem sumindo da visão de Vincent.

Simon preocupado com a falta de notícias, vai até a residência de seu primo,chegando lá fica surpreso em encontrar Vincent sentado no degrau das escadas com um envelope nas mãos, “Primo por que está aqui? Levante-se vamos entrar, Vincent se levanta e acompanha Simon e se joga no sofá passando a mão no cabelo com um semblante totalmente perdido.

-Falou com Rosa? Diga alguma coisa, me responde Vincent, diz Simon em tom mais alto para tirar Vincent do estado que está.

-Eu a vi sim, mas não conversei com ela, só ouvi o que ela dizia e quando terminou me entregou este envelope, disse que não estava pronta para ser minha, e que eu também não. Levantando de repente disse gritando “Estou ficando maluco Simon, em três dias o mundo desabou com força sobre mim, jamais sonhei viver uma loucura desta. Pegou os braços de Simon e perguntou “ Me responda, o que aconteceu com minha vida? O que está acontecendo?”

Simon fica pertubado com a atitude de Vincent, ele nunca o viu assim, sempre teve um controle frio, equilibrado. Nunca viu seu primo fraquejar em suas emoções, é realmente assustador e ele não tem respostas para dar.

-Vincent, precisa se controlar, colocar suas emoções em equilíbrio, agindo assim não terá respostas, precisa se acalmar, talvez encontre algo no envelope que Rosa lhe entregou. “Não

consigo ler agora, preciso de respostas, preciso pensar, não, preciso acordar, tudo isso é um pesadelo” Simon pela primeira vez não sabe como agir com o primo, até mesmo ele que não faz parte deste desenrolar, não está entendendo nada.

Simon pensa e decide arrumar um jeito de acalmar seu primo, ele segue ao escritório do tio e buscar na farmacinha que tem lá um remédio para dormir, houve uma época que seu tio só dormia depois de tomar esses remédios, ele era totalmente contra, mas era um caso de emergência, Vincent tinha que voltar a normalidade o mais rápido possível, retornando a sala ele pega um copo de água e sem que Vincent perceba ele coloca o remédio e oferece ao primo. “Tome um pouco de água, esfrie a cabeça” diz Simon com a consciência pesada com sua atitude, mas depois ele contaria a Vincent.

Pegando a água, Vincent toma de uma vez e deposita o copo sobre a mesa, senta e começa a falar.

-Eles não me contaram nada, não me falaram para onde iriam, me obrigaram a casar e não fiz parte de nada, enquanto falava o remédio começava a fazer efeito e Vincent encostou a cabeça no sofá e foi ficando cada vez mais sonolento, enquanto as palavras saiam sem sentido.

Simon que estava atento ao primo, ficou esperando até que ele adormecesse totalmente, então se levantou e chamou um empregado para ajudar a levar o primo para o quarto, lá ele tirou a roupa de seu primo, deixando ele confortável e que pudesse descansar sem se incomodar com o terno que vestia. Ficou olhando para Vincent e pensou “È primo, desta vez conseguiram derrubar suas defesas e deixaram você perdido, mas amanhã espero que esteja em condições de pensar e voltar a ser como antes”

Depois de ter certeza que Vincent estava totalmente dopado pelo remédio, ele apagou as luzes e saiu procurando a empregada dizendo que dormiria lá aquela noite, ele tinha um quarto que às vezes usava pois de vez em quando ficava tarde para ir pra casa e acabava dormindo ali.

Simon se serviu de um vinho enquanto aguardava o jantar e foi sentar se na varanda, “Onde eles estão?” se pergunta, “Por que sinto que tem um mistério nesta história?” “O que acontecera com Vincent? Agora ele era um homem casado com uma estranha “linda sem dúvida", se tornou presidente e ganhou tudo do pai em vida. o que acontecerá no futuro” Simon terminou o vinho e foi jantar, depois passou pelo quarto de Vincent para ter certeza que ele estava bem, e foi para seu quarto dormir. Amanhã esperaria Vincent até ele acordar e os dois poderiam conversar.

Quando Vincent acorda já passa de meio dia, ele levanta confuso e decide tomar um banho para melhorar, ele não se lembra de como chegou ao quarto,”Simon!!! Eu estava com ele!” lembra, após o banho ele desce procurando por Simon, e o encontra lendo confortavelmente na sala.

-Vincent, como está? pergunta se levantando deixando o livro de lado.

-Me sinto anestesiado! Estranho, responde ao primo,

"Ontem quando cheguei te encontrei descontrolado, eu não tive outra saída, me desculpe mas fui obrigado a lhe drogar com o remédio de dormir que sabia ter em casa, não encontrei outro jeito” disse Simon sentindo culpa.

-Obrigado Simon, foi sábia sua decisão, realmente não consegui controlar minhas emoções, perdi totalmente o controle e não encontrei uma forma de me conter, ainda bem que tenho você primo que está sempre presente quando preciso!

-E hoje como está?

-Ainda não sei, sinto que estou desprovido de emoções.

-Deve ser o efeito do remédio que ainda não passou completamente, “Sim, pode ser” disse com um olhar vazio.

-Quer conversar ou precisa de tempo para poder falar?

-Preciso voltar ao normal primeiro, deixar o efeito passar, se não ficar chateado, preferia comer algo e voltar a deitar e pode ficar tranquilo, apesar de tudo estou equilibrado emocionalmente,

!pelo menos por enquanto” pensa.

-Se está melhor que estava antes, então volto ao apartamento para pegar umas roupas, mais tarde estarei de volta, ficarei contigo por uns dias e nem diga que não precisa, pois ficarei da mesma forma.copy right hot novel pub