— Bom dia, senhora Clarck! Posso saber aonde a senhora estava até tarde da noite? — Penélope perguntou com um tom de insinuação assim que entrei na varanda, onde a mesa já estava posta. Tentei não deixar transparecer qualquer sinal de constrangimento e olhei para o meu filho, que mexia no celular, deixando o seu café da manhã atoa. Respirei fundo, mas de uma maneira bem sutil e ocupei uma cadeira a mesa.
— Tony, larga o celular! — pedi com carinho e olhei para a minha amiga que mantinha um olhar acusador em cima de mim. — O quê? Você sabe exatamente onde eu estava e o que estava fazendo, Penélope Clarck.
— Sim, eu sei onde você estava, mas o que estava fazendo, garanto que não tenho tanta certeza assim. — Ela levou uma torrada a boca e eu bufei internamente.
— Tony, a mamãe já pediu para largar o celular! — insisti e o meu filho largou o aparelho em cima da mesa, e se concentrou no seu café da manhã.
A noite passada não saía da minha cabeça. Por um momento fraquejei e me deixei levar pelas sensações que me assolavam desde que o vi, quando cheguei aqui em Florentina. Aquele maldito perfume, aquele olhar que me lançava um pedido mudo constantemente e Deus, eu precisava tanto relaxar, sair daquela tensão que não me largava de jeito nenhum. E ter um momento gostoso como aquele tirou um peso dos meus ombros, afinal, ninguém é de ferro! E, mesmo depois de sentir a sua boca me explorando, exigindo de mim as sensações de um prazer intenso, precisei manter o controle de tudo, não podia baixar minha guarda, não, sem ter a certeza de que Gael Lincon era realmente confiável. Por isso fugi. Precisei sair daquele quarto, deixando bem claro que eu não era sua e que talvez nunca serei.
— Mamãe, eu sonhei com o meu pai outra vez. — Tony me despertou dos meus devaneios, me fazendo olhá-lo. Peguei a xícara de café que estava na minha frente e beberiquei o fumegante e amargo café.
— Ah, é? E quer me contar como foi esse sonho? — Ele deu de ombros.
— Sonhei que ele era o meu melhor amigo. Jogamos futebol e tomamos sorvete também.
— Que bom, filho! Então, por que essa carinha?
— É que eu não consigo ver o seu rosto no sonho. Eu só sei que ele fica muito feliz quando estamos juntos. — Olhei para Penélope, sem saber o que falar para o meu filho.
— Talvez seja porque ele está sempre cuidado de você, querido. — Minha amiga falou.copy right hot novel pub