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Doce Vingança

CAPÍTULO BÔNUS

ALGUNS DIAS…

Essa cidade foi a minha casa por anos. Tudo o que vivi está bem aqui. Cada brincadeira, cada aprendizado. Tudo sempre foi muito sofrido e em cada luta sempre havia uma conquista, por menor que ela fosse, e era reconhecida e valorizada com um troféu em seu magnífico pedestal. Olhar para Florentina hoje, em nada lembra as minhas raízes. Está mais bonita, mais confortável e amadurecida também. Claro que ainda existe as diferenças das classes sociais, porém, não existe mais aquele desprezo e humilhação que os grandes tinham sobre os pequenos. Minha pequena Florentina, já nem é tão pequena assim. Pensei, enquanto a olhava através de uma das janelas da mansão Dibuar.

— Pronta, querida? — Donana perguntou entrando no meu quarto. Virei-me para olhá-la e meus olhos pararam em cima das malas, em pé no canto da parede.

— Sim, estou pronta — respondi com um tom melancólico, pois antes de realmente embarcarmos em um avião, rumo a Londres, iremos ao cemitério fazer um enterro simbólico para Lara Dibuar.

Não é justo que ela não tenha a sua própria cerimônia de despedida. Pensei.

Afastei-me da janela e peguei o delicado buquê de rosas-brancas em cima da minha cama e assim que levei a minha mão ao seu ombro, Donana enlaçou a minha cintura e nós saímos do quarto. Na sala encontramos o marido e meu filho de mãos dadas, segurando buquês iguais ao meu e do outro lado da sala, estava o meu pai e sua esposa Melissa.

Antes de entrar no amplo carro negro, pus os óculos escuros e seguimos direto para o novo lar de minha mãe. Um gramado verdejante se espalhava por toda a sua extensão, um túmulo alto e redondo de mármore e uma pedra redonda com seu nome gravado e ao redor. Sobre a enorme pedra, dois pequenos vasos brancos de porcelana estão vazios. Aos poucos, todos foram se inclinando e deixando suas homenagens, assim como o seu buquê. Um padre ministrou suas palavras divinas e mesmo tendo passado tanto tempo, não contive minhas lágrimas e imagens de nós duas passaram como um filme na minha frente, Lindas e saudosas imagens que me fizeram sorrir em meios as lágrimas. E quando me vi sozinha, decidi ser hora de deixar o meu adeus e de finalmente ser feliz.

— Oi, mãe! — Respirei profundamente e olhei ao meu redor. Aqui é tudo tão lindo, rodeado pela natureza de uma forma tão harmoniosa, mas todo esse silêncio em nada combinava com ela. — Você não faz ideia do quanto fez falta para mim. Eu queria que me visse agora. — Simulei um sorriso e soltei mais uma respiração. — Queria tanto que conhecesse o Tony, ele é um garoto muito esperto, e… se parece tanto com você, sabe? Ele tem a sua alegria e espontaneidade, você iria amá-lo. — Sorri ainda mais e suspirei, secando as minhas lágrimas. — Sinto saudades, mãe! — sussurrei e nesse instante, já não tinha lágrimas para derramar. — Eu te amo muito, muito, muito! — Tirei uma flor do meu buquê, beijei suas pétalas demoradamente e pus em cima do seu túmulo e só depois, pus o buquê junto aos outros.copy right hot novel pub

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