Ele olhou para mim com as sobrancelhas franzidas. Ele estava um pouco confuso, parou por um segundo, antes de dizer:
- Você não veio só para bater papo. Diga, o que quer?
Eu fiquei sem palavras e mostrei um sorriso com embaraço:
- Ainda se lembra da última vez que eu fui na Cidade A a trabalho?
Ele acenou que sim com a cabeça e começou a comer, depois de abrir a marmita. Ele parecia um pouco cansado, devia ser porque ele estava dentro do escritório durante muito tempo.
Eu continuei:
- Naquela noite, quando te pedi para ir buscar Esther, você saiu logo depois de deixá-la no hotel?
Para dizer a verdade, nunca fui uma pessoa que sabe lidar bem com as relações interpessoais. Tal como agora, o que eu quero é dar umas voltas para obter a resposta desejada. Mas o que eu acabei de dizer não difere de colocar uma pergunta direta.
Ele parou o que estava fazendo e os seus olhos escuros se fixaram em mim. Depois, desviou o olhar e disse:
- Você não é uma pessoa que sabe andar com rodeios. Diga logo o que quer saber.
Eu apoiei a testa com a mão, sentindo que eu parecia uma burra.
- Naquela noite, você e Esther transaram? - eu quis me matar, logo depois de fazer a pergunta. Que diabos é isso?
Ele olhou para mim, com uma sobrancelha levantada:
- Como?
Para ser honesta, não era apropriado falar desse tipo de tema com um homem. Era bastante constrangedor.
Mas, já que eu havia tocado nisso, não havia como parar.
- Vocês fizeram sexo? - eu perguntei de novo, esperando a resposta dele com a cara ardendo, o que me custou tolerar.
Ele fechou a marmita, inclinou-se para trás, olhando para mim, com um olhar frio:
- Me diga logo o que você quer, está bem?
Fiquei outra vez sem palavras e até queria perder o controle.
Mas eu não tinha certeza se era melhor ou não para Esther contar a ele que ela engravidou. Depois de uma pausa, eu disse:
- Parece que ela contraiu uma doença.
- Puff! - A água saiu direto da boca dele e ele não chegou a engolir o gole de água.
Eu tirei um lenço de papel para ele. Ele tratou da mancha e disse, olhando para mim:
- Você está falando sério?
- Sim! - na verdade, eu senti muita insegurança por dentro. Mas já que as palavras foram ditas, sem outra escolha, eu tive que continuar. Olhei para ele e disse:
- Vocês fizeram sexo?
Vinícius apoiou sua testa e disse, olhando para mim:
- É necessário você ter muito cuidado quando o feto tem mais de quatro meses. Agora, qualquer comportamento da mãe afetará o desenvolvimento do feto.
O quê?!
Ele mudou de assunto?
Dito aquilo, ele se levantou e voltou a se sentar em frente da secretária, começando a trabalhar de novo, sem mencionar mais nada sobre aquela noite.
Em minha especulação, era bem provável que eles tinham feito sexo naquela noite.
Eu queria dizer mais alguma coisa quando a porta do escritório dele foi aberta. Guilherme entrou, a sua figura alta era muito notável.
Vinícius virou de lado para vê-lo e disse:
- Leve sua mulher com você e tenha uma boa conversa com ela sobre a relação sexual. Parece que ela está muito curiosa sobre isso!
Como?
Guilherme veio na minha direção, olhando para mim. De repente, passou a olhar para Vinícius:
- O quê ela te perguntou?
Vinícius encolheu os ombros, como se estivesse um pouco desesperado:
- Ela perguntou se eu e Esther fizemos sexo.
Guilherme estava me fitando, ao perceber isso, mostrei um sorriso amarelo e disse, muito constrangida:
- Estou apenas curiosa: você pergunta por mim?
- Vocês transaram? - Guilherme perguntou isso enquanto olhava para Vinícius.
- ! - Vinícius quase saltou de seu assento e disse, olhando para nós:
- Ninguém vai duvidar de que vocês são mesmo da mesma família! Saiam daqui agora!
Claro que eu não iria continuar a perguntar, pois não conseguira ainda nenhuma resposta.
Guilherme veio mesmo para me buscar.copy right hot novel pub