Estava escutando vozes abafadas. Tentei levantar, mas meu corpo não respondeu.
— Ettore? Você está bem? — perguntou uma voz, abri os olhos e vi embaçado Zaac, Isabella e Rany.
— O que aconteceu? — perguntei, houve um silêncio enorme.
— Alguém te golpeou e você desmaiou. — disse Zaac.
— Meu avô sabe disso? — perguntei.
— Não, nos viramos e tiramos você de lá sem ninguém ver. — disse Rany.
— E o Jon? — perguntei, sem respostas. Todos estavam alheios a tudo. — Quem me golpeou? — perguntei, eles se entre olharam.
— Foi o Carlan. — disse Isabella, arregalei os olhos.
— E cadê ele? — perguntei olhando para os lados ainda deitado.
— Ele fugiu. — disse Zaac. Eu não queria acreditar, não podia acreditar.
— Deixaram a porra do meu pai fugir? — perguntei.
— Ele ameaçou te matar, então não podemos fazer nada. — disse Rany.
— NÃO PODERÃO FAZER NADA? — berrei, tentando me levantar, mas ainda não consegui.
— Ettore, não podíamos arriscar a sua vida e… — interrompi.
— Dane-se a minha vida, não é como se eu ligasse. — disse passando as mãos de leve no rosto, sentindo uma dor insuportável. — Esse desgraçado acabou com o meu rosto e quase me matou. Tudo por causa do seu filhinho fora do casamento, isso é tão… — disse com os olhos cheios de lágrimas, colocando o braço em cima dos meus olhos.
— Ettore. — disse Zaac.
— Dão o fora daqui. — disse baixo, ainda sem olha-lós. Ninguém mexeu um músculo. — EU DISSE PARA ME DEIXAREM SOZINHO, MERDA. — gritei, socando o sofá ao lado. Todos saíram, menos a Isabella. — Eu disse para sair. — disse, mas ela continuava me encarando.
— Não vou. — disse ela, se sentando na mesinha ao meu lado, me sentei com dificuldade.
— A porra da casa ainda é minha. Faça o favor. — disse apontando para porta, ainda sentado.
— Qual é o motivo do seu surto? — perguntou ela, não dando importância para o meu insulto.
— Vá se ferrar. — disse sorrindo debochado. — Vocês deixaram o desgraçado do Carlan fugir. — Disse.
— Não é esse o motivo. — disse ela, parecendo refletir. — Você está frustrado pelo quão longe o seu pai foi pelo Jon. — disse.
— É talvez seja isso, ele destruiu o meu rosto por causa do seu filho bastardinho. E vocês deixaram ele escapar, isso é ridículo. — disse em desdém.
— Não coloque a culpa do seu fracasso em nós — disse ela. — Você se descontrolou. — disse.
— Ele não iria falar, é fiel ao pai.
— Cortou o dedo do cara, Ettore. Por Deus! O que deu em você? — perguntou.
— Ele falou da Rose, ele estava me provocando. — disse olhando para o lado. — Não me conhece o quanto pensa. — disse a encarando novamente.
— Não, não o conheço. Não mais. — disse ela, seus olhos transmitiam tristeza.
— Vai embora. — disse bufando cansado.
— Não enquanto eu der um jeito nisso. — disse ela se levantando e olhando o meu rosto.
— Não lembro de ter aceitado a sua ajuda. — disse a ela.
— Não lembro de ter oferecido ajuda. — disse ela indo até à cozinha onde estava o kit primeiros socorros.
Voltou ficando no meio das minhas pernas, pegou um lencinho passando de leve em meu rosto, deixei escapar um gemido de dor.
— A coisa está feia. — disse ela. — O sangue está seco, mas se fazer qualquer movimento brusco irá sangrar novamente. — disse ela, assenti a olhando.
— Você está linda. — disse, ela me olhou confusa por eu falar aqui, agora. — Zaac me perguntou e eu não respondi. — disse a explicando.
— Obrigada. — disse me olhando e depois voltou a atenção aos meus machucados.
— Sou um idiota. — disse sorrindo nasal.
— Sim, você é um idiota.copy right hot novel pub