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Doce Vingança

VINTE

Consigo ouvir os nossos passos escoando alto e abafado dentro dos meus ouvidos. A minha respiração estava pesada e eu sentia os olhares curiosos em cima de nós o tempo todo. O corredor comprido parecia não ter fim e quanto mais nos aproximávamos da porta da sala de reuniões, mais o meu coração batia com euforia e desespero. Estava feito e chegou a hora de finalmente encarar o meu passado frente a frente.

Leon parou de frente para a porta larga de madeira, eu parei atrás dele e Penélope parou ao meu lado. Observei a maçaneta girar em câmara lenta e o meu advogado se mexeu, entrando na sala sem ser anunciado.

— Quem são vocês? — Ouvi a voz autoritária de Valentina logo em seguida e me pus a andar ao lado de Penélope. — Esta é uma reunião apenas para associados e vocês não deveriam estar aqui! — Ela continuou. Ouvi a porta bater atrás de nós e inevitavelmente encontrei os olhos extremamente surpresos de Gael Lincon, que se pôs de pé imediatamente. — Vou chamar os seguranças! — Valentina anunciou mexendo-se do seu lugar.

— Se eu fosse a senhora, colocava essa bunda de volta nessa cadeira, senhora Lincon, nós precisamos conversar.

— Você não me dá ordens, seu imbecil! - Senti o meu sangue ferver e me forcei a desviar os meus olhos do homem do outro lado da mesa comprida, para encarar a loira com sangue nos olhos.

— Ou você se senta aí, ou sai, para mim tanto faz! Mas se está esperando os seus associados, já aviso que eles não vêm. Agora deixa de se idiota e senta logo esse rabo nessa cadeira, Valentina Richter! — Só então ela me dirigiu o seu olhar, tornando-o espantado na mesma hora. Seus olhos percorrem o meu corpo de alto a baixo e quando encontrou os meus olhos outra vez, vi a indignação neles.

— Não vai dizer nada, Gael? — vociferou para o marido ao seu lado.

— Senta aí, Valentina! — Ele ordenou com impaciência, ela balbuciou algo, mas logo obedeceu e nos acomodamos nas cadeiras em seguida. Imediatamente Leon abriu a sua maleta de couro preto e tirou algumas pastas de dentro dela. Ele entregou uma para o senhor Lincon e outra para a sua esposa e distribuiu o resto entre nós três, abrindo a sua em seguida.

— Como os senhores podem ver, seus associados venderam suas ações para a minha cliente, a senhora Clarck.

— Impossível! — Valentina rebateu, interrompendo o advogado.

— Senhora Lincon, reconhece as assinaturas dos seus associados, certo? A senhora pode verificar uma a uma se quiser. Mas tenha em mente que eles se foram, e que as ações da Richter& Lincon LTDA agora pertencem a minha cliente. — A mulher ergueu seus olhos de cima dos papéis e me olhou com fúria. Ela se levantou da cadeira e jogou a pasta com desdém sobre a mesa, inclinou o seu corpo e abriu um sorriso macabro para mim. Lembro-me bem desse sorriso, e me vi surpresa ao perceber que hoje não me causou um arrepio sequer.copy right hot novel pub

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